sexta-feira, outubro 28, 2005

Futuro? Que futuro?

Hoje assisti a algo que de certeza me vai marcar e acompanhar por muitos e muitos anos. Bom, mas mais vale começar pelo princípio para que apanhem tudo.

Um dia igual a muitos outros, lá vim eu para o trabalho. Hoje por acaso até trouxe o carro, quando normalmente venho de comboio...

Cheguei onde costumo deixar o carro, em frente ao Centro Comercial Gemini, em Entre Campos, por volta das 9:45h e estacionei atrás de um Punto Verde.
O carro chamou-me a atenção por ter o farol traseiro esquerdo partido e estar colado com fita-cola. Reparei que no banco de trás estava um puto com certa de 3/4 anos a brincar com um boneco. Sentado à frente estava quem eu assumo que seria o pai. Quando sai do carro para ir então para o edifício onde trabalho, e ao passar pelo carro, só aí vi o que estava a acontecer. O tipo estava a dar na “prata”. Lá estava ele com o isqueiro a queimar aquela merda e a “chupar” tudo por uma nota enrolada. Mas isso nem foi o que realmente me impressionou, mas sim a atenção com que o puto que estava no banco de trás. A olhar para que o pai estava a fazer.
Tudo isto foi uma fracção de segundo, tudo se passou num virar da cabeça quando ouvi o barulho do isqueiro.

Não houve problemas em estar à vista de todos, mas o que me impressiona mesmo é o miúdo. Já tinha visto cenas destas em filmes e documentários, e até imaginado ao ler certos livros, mas neste caso não havia nenhuma câmara a filmar, é a pura, dura e crua realidade. E que merda de realidade. A cegueira de ter a dose dele fê-lo descer ao ponto de esquecer que no banco de trás está uma criança, uma criança que como todas as crianças terá a tendência que querer imitar os adultos, e em particular os pais. Caraças, um puto?! Era um puto! Eu nem sei a quantidade de coisas que me passaram pela cabeça, desde lhe pregar um murro a chamar-lhe a atenção ao que estava a fazer, até mesmo a chamar a polícia (nem era preciso ligar, porque uns metros à frente estava um carro da PSP parado num semáforo. E o que acabei por fazer? Nada, não fiz nada, mas o que podia eu fazer?

É triste ver alguém chegar a este extremo, ao extremo de se despreocupar com a família, com os filhos para sustentar uma merda de vício que assim como ele aspira a droga, lhe vai aspirando a vida, a família, os amigos, o emprego, enfim, as pessoas de quem se gosta.

Acreditem que já vi muita coisa na vida, coisa boas, coisas más, coisas extremamente desagradáveis, mas nada me marcou como esta imagem. Tudo bem que possam dizer que esta é uma imagem real, e normal, mas acreditem, uma coisa é saber que existe, e outra é presenciar.
Ainda fiquei a pensar nisso. Será que consigo imaginar o que se estava a passar na cabeça daquele puto? Será que o facto de estar a presenciar aquilo, esta e outras vezes, certamente, lhe iriam alterar o futuro? De certeza, quanto a isso não tenho a menor dúvida. Não tenho a menor dúvida que a não ser que a sua pequena vida leve uma mudança, que o destino já está traçado para ele.

Desculpem lá, mas fico-me por aqui, isto marcou-me mesmo...

quarta-feira, outubro 26, 2005

Novela politicamente correcta...


Chamem-me maricas, chamem-me apaneleirado, chame-me o que quiserem, mas eu admito, gosto de ver os “Morangos com Açúcar”. É pá, gosto! No início comecei a ver porque quando estava no meu escritório em casa, tinha a televisão ligada, e normalmente na 4, porque gosto mais de ver o telejornal da TVI. Ora a novela dá antes e depois do telejornal, então por vezes enquanto perdia o meu tempo com a Playstation, a olhar para o boneco a Lara Croft que diga-se de passagem que está muito bem feito, com um movimentos corporais que até fazem um gajo sonhar, lá estava os Morangos com Açúcar a dar na tela. Ao princípio achei piada por ser tudo pessoal novo e tal, a banda sonora até se ouvia bem, e tal.

De algum tempo para cá comecei a tomar mais atenção à novela, e posso-vos dizer que até è bem engraçada.

Há de tudo, desde os enredos normais de uma novela, do tipo dois gajos que se odeiam e que gostam da mesma gaja, que descobrem que afinal são irmãos, desde uma gaja que engravida do pai da melhor amiga, enfim, as histórias do costume, e depois temos outros casos que focam em muito o dia a dia normal, tal como as drogas, professores lixados, festas, arrufos de namorados, relações amorosas entre pessoas de estratos sociais diferentes, intrigas, problemas na relação pais/filhos, mulheres cornudas, e sempre tudo acompanhado por uma banda sonora à altura. Não é por acaso o CD dos Morangos com Açúcar está no top de vendas à já algumas semanas.
Bom, mas o que torna esta novela “politicamente correcta” como eu já a entitulei? Ora bem, então não é que estão sempre a esfregar-nos com mensagens subliminares em frente aos olhos? Percam um pouco de tempo a ver um episódio da novela (na minha opinião não é perda de tempo, mas isso sou eu), vão ver que a qualquer sitio onde vão comprar seja o que for, não se esquecem de pedir a factura, mas se por acaso se esquecerem, o funcionário lembra logo a pessoa de que esqueceu da facturinha. É que estejam onde estiverem, até no já famoso bar dos Rebeldes (onde se passa parte do enredo), pedem a factura de uma imperial que vão beber. Isto lembra a alguém? Eu estava bem lixado se cada vez que fosse ao café me desse uma factura da imperial. Então se for uma daquelas noites de copos e mais copos. Parece que me estou a ver num meio de papelinhos brancos só com a cabeça e os braços de fora.

Mas há mais! Sim, há mesmo mais, outra situação que achei uma piada tremenda, foi numa ocasião em que três personagens da novela tiveram que se deslocar não sei onde e foram de autocarro. Ao chegarem ao destino, não pouparam elogios pela qualidade dos transportes. Comentários do tipo:” Bem, foi mesmo rápido, andar de transportes é fantástico. Vou passar a andar mais vezes de transportes. “; “ Bem, que espectáculo. Não demorámos tempo nenhum, e foi mesmo muito barato!”. Não comecei as frases com “Bem” por acaso, é que isto passa-se tudo em Cascais...

Enfim, um novela da qual não te tem a mais pequena noção nem do fim, nem de como irá acabar, a previsão aponta para algo tipo “New Wave”, onde gerações e gerações de actores vão passando, fazendo com que a novela dure anos, a fazer lembrar um série inglesa, “Neighbours”, que dava antes do saudoso “Agora Escolha”. Essa série já dava quando eu estava na primária, e quando cheguei à secundária ainda teimava e deliciar-nos (not) com os seus episódios.
Bom, com tudo isto continuo a gostar de ver a novela, e se não for por mais nada, é sem dúvida por ser produção nacional e por ter lá gajas minimamente boas.

E afinal de contas, o que é Nacional é Bom.

Amamentar ou não amamentar?


Hoje ao almoço fui até ao CC Colombo. Tinha que comprar uma coisas e então decidi passar por lá. Quando fui à zona dos restaurantes para comer qualquer coisa, ainda antes de fazer as comprar, reparei em algo que me deixou a pensar. Numa mesa, no meio de muitas outras onde muita pessoas almoçavam, ou conversavam, reparei numa rapariga que ali estava. Até aqui tudo normal, mas essa rapariga estava a dar de mamar ao seu bebé. Ali, no meio de um mundo de gente, não fez cerimónia, levantou a camisola, baixou o sutiã, deixando aos olhos de quem quisesse ver, a sua mama, de onde o seu filho alegremente se alimentava. É pá, isto deu-me mesmo que pensar. Recordei-me de parentes e amigas que tiveram a mesma reacção quando os seus filhos deram a entender que a fome apertava. Ali à frente de qualquer pessoal, punham a mama de fora e pronto... é tudo normal. Um gajo tem que se aguentar. Por muitas vezes que já se tivesse imaginado em como seriam ou deixariam de ser, nunca pensamos que alguma vez fosse ver as mamas desta ou aquela, mas no entanto foi apenas esperar que tivesses um filho.
Ok, a conversa pode parecer um pouco parva, mas a realidade é esta. Sem filhos, nem um decote grande se arriscam a usar, no entanto com filhos, já está tudo bem.

Vão por mim, uma vez vi-me numa situação que não lembra ao diabo. Para aí no meu 11º ano, tinha explicações de Inglês com uma rapariga que estudava na faculdade. Devia ser 4 ou 5 anos mais velha que eu. Eu portanto teria uns 17 anos, e ela uns 21 ou 22. Foi sempre aquela relação aluno explicadora, onde nunca houve grandes confianças, mas a verdade era que ela era (e ainda é) bem gira, era de deixar um jovem na for da idade doido, quando ia ter explicações para casa dela, no quarto dela, e ela dava explicações com uns calções curtíssimos e apenas uma t’shit vestida, mas enfim, era impensável sequer um abuso de minha parte (eu disse impensável, e não inimaginável). Bom, ela pelo que eu percebi, numa festa de fim de ano, andou a jogar ao esconde a salsicha, e acabou por engravidar. Foi o início de um acompanhamento de minha parte, das transformações do corpo de uma mulher durante as várias semanas de gravidez. A barriga a aumentar, as mamas a aumentar, as mudanças de humor, os enjoos, enfim, tudo. Passado 9 meses, finalmente a pequena nasceu. Aí é que foi. Já imaginaram o que é concentrarem-se quando à vossa frente até uma rapariga bem gira com uma mama de fora e a falar contigo como se não fosse nada? Não foi fácil, mesmo nada fácil.

Isto é a tal coisa que me faz tanta confusão. Sem filhos são super pudicas, mas quando têm um bebé nos braços já podem por as mamas de fora que está tudo bem, os homens não olham nem tão pouco parece mal. Pois sim, agora vão achar que um gajo é tarado e coisas do género, mas a verdade é que elas estão ali à vista, e um gajo que se aguente.

sexta-feira, outubro 21, 2005

A primeira pedra...

E assim nasce mais um Blog... já havia poucos...