quinta-feira, setembro 28, 2006

Doença ou Liberdade?

Não sei se viram a reportagem que deu ontem no canal 1 sobre os videojogos, e a forma como eles podem influênciar a vida de quem os joga e de quem os rodeia.

Falou-se de muita coisa, desde a dependência doentia dos videojogos, ao ponto de se deixar de dormir, comer, trabalhar, estudar, só para estar naquele mundo virtual.

A indústria informática cada vez mais centra a sua atenção em máquina cada vez mais potentes para aguentar os melhores e mais recentes jogos. É num jogo que o computador é levado aos seus limites de capacidade. Hoje em dia é bastante comum encontrarmos jogos em aparelhos do dia a dai, seja nos computadores, telemóveis, PDAs, as consolas, e tem-se notado um grande desenvolvimento nessa área.

Não sei se se recordam de um reclame da PlayStation que era qualquer coisa como imagens de pessoal aparentemente normal, desde os novos aos mais velhor, homens e mulheres em que diziam os seus feitos, desde terem conquistado planetas, vencido corridas de fórmula 1, comandaram exércitos, campeões do mundo, e no fim percebiamos que se estavam a referir a jogos. Esse é o grande segredo dos videojogos, dão-nos capacidades além do imaginável. Podemos ser tudo e mais alguma coisa, viver o impossivel, desde o agente secreto ao melhor futebolista, de uma pequena formiga a um valente guerreiro, enfim, temos a liberdade se sermos quem quisermos nas mais loucas aventuras, sem termos sequer que sair do lugar onde estamos sentados.

Este tipo de diversão pode entreter-nos por horas, dias, anos sem nos cansarmos, mas é aqui que surjem os problemas. Existem duas formas de encarar os videojogos, como uma diversão, onde jogamos quando temos tempo e não deixamos de fazer o que quer que seja por causa de um jogo,pode ser saudável, aumentando as capacidade de coordenação, cumprimento de regras, desenvolvendo noções de estratégia, enfim, puxam pelo intelecto. Depois temos a forma doentia, onde se deixa de viver a vida real para dar mais atenção a uma vida virtual. Nos jogos online isto é muito natural de acontecer. Há mesmo quem deixe de viver a sua vida para viver a vida de uma imagem projectada num ecrã. Existem para já e que se conheçam dois casos de adolescentes que tiveram o fim de vida prematuro tendo o seu fim sido atribuido aos videojogos, ambos no oriente, onde os jogos são levados a sério, sendo a profissionalização de um jogador encarado como uma profissão como outra qualquer. Uma jovem, simplesmente abdicou de dormir, comer, enfim, de viver em prol de continuar incessantemente a dar vida à sua personagem virtual, o que a levou posteriormente á morte, e teve direito a um funeral virtual com a presença de todos os seus "companheiros" de jogo. Outro caso foi um rapazito de 13 anos que se mandou de um prédio porque no jogo (saiba-se o World of Warcraft, em ambos os casos)o seu personagem também o fazia.

Falando no meu caso específico, desde sempre fui fã de videojogos, desde pequeno, ainda na altura em que me contentava com uns joguinhos electrónicos pequeninos que era só andar para um lado e para o outro, mas já isso me entretinha horas. Depois veio o tempo das consolas, mas aquelas muito básicas que o jogo era mesmo só o ping-pong, depois consolas da feira, ZX Spectrum, PS1, Jogos de PC, PS2, e agora mais recentemente também os jogos online. Actualmente passo cerca de 5 horas em casa frente ao PC no tal jogo online (não é o Warcraft, nem o Counter Strike, é mesmo o OGame), mas como se isso fosse tudo, num pc estou a jogar online e no outro estou a jogar um RPG normal, mas não pensem já coisas, entre os jogos tenho tempo para fazer o jantar, jantar à mesa, ver este ou aquele programa, mas claro, estando sempre a dar um olhinho ao jogo de vez em quando, mas posso dizer que já passei noites em branco de volta do jogo.

Resumindo e concluindo, os videojogos dão-nos liberdade para podermos viajar até outros planetas, ou lutar contra monstros ou guiarmos um carro a 300 Km/h, ou pelo contrário, prende-nos a uma realidade alternativa, transformando a pouco e pouco a nossa vida numa prisão doentia a 3 dimensões?

Deixo-vos um filme que mostra bem o comportamento do pessoal que leva isto a sério de mais, o jovem queria jogar Unreal Tournment (um jshoot them up online), mas não se conseguia ligar ao servidor…