sábado, abril 01, 2006

Cartas de Amor... Quem as não tem...

Hoje, por necessidade de encontrar um documento tive que dar volta a um sem fim de pastas e papelada que tinha para ali. No meio de tanta papelada encontrei algo que já nem me lembrava que ainda tinha, cartas de amor.

Quando as vi parei com a busca do documento perdido e sentei-me na cama a ler aquelas cartas. Datam de 1997. Como o tempo passa depressa...

São da minha 1ª namorada a sério, a mulher que por muitas que ame e por muitoas que ame mesmo muito, nunca me conseguirão fazer esquecer essa mulher. Foi ela que me fez o que sou hoje. Foi ela que me educou, que m ensinou o que é ser humano e que não tem mal um homem ter e mostrar os sentimentos. Uma verdadeira grande mulher que eu estupidamente perdi por não ter dado o valor que ela merecia e precisava, e bastantes vezes me tentou avisar disso, mas eu não quis ver, só percebi quando era tarde demais...

7 anos, 7 anos que por mais de 700 que viva nunca esquecerei e que me mudaram como eu nunca pensei que alguém em tão pouco tempo me pudesse mudar tanto.

Ler aquelas palavras embebidas em carinho, paixão, amor, fizeram-me recordar tanta sensação antiga, palavras que tinham um significado só para nós, como um código. Namoros do tempo que o telemóvel era coisa de ricos, mas nós lá juntámos uns cobres para podermos comprar cada um o seu, para mesmo longe podermos estar perto. Esse telemóvel trouxe-nos muitos problemas, porque a madrasta dela, ao contrário do pai, era completamente contra o nosso namoro, segundo ela, eu era pobre, vinha de uma familia pobre e como tal não era para a enteada dela (as voltas que a vida dá... hoje ganho mais do dobro que ela alguma vez ganhou...), mas contra a vontade dela, lá fomos contruindo a nossa relação, que apesar de tudo era excelente, já que contavamos com o apoio de toda a familia da minha namorada (na altura), e todos me tratavam bem e tinham noção que eu privar com eles tinha que ser um segredo bem guardado. Para a madrasta dela não saber que ela tinha telemóvel, nós tinhamos horas certas para ligar, sim, porque naquele tempo não havia cá telemóveis com vibração, era ou no modo cagaçal ou no modo calado.

Outra coisa que faziamos e que eu gostava tanto era escrevermos cartas para ler em alturas especiais, como por exemplo o Natal, que cada um tinha a sua festa, junto da sua familia. Escreviamos uma carta um ao outro entregávamos em mão e na noite de Natal, às 00:00 certas estava cada um em sua casa a ler as palavras do outro, e escreviamos como se estivessemos ali, juntos, chegando a descrever a festa e a pedir desculpa quando era altura de terminar porque já estavam à nossa procura.

Enfim... posso dizer que fiquei com uma lágrima no canto do olho, com saudades daquela mulher que eu perdi.

Mas nem tudo é mau, ela nesta altura está casada, e a 2 meses de ter um filhote. Fico muito feliz por ela. A melhor sorte do mundo e que seja sempre tratada como eu não a soube tratar, ela merece.

Para sempre no meu coração...

2 Comments:

Blogger JPS Acha que...

Ès um gajo muito porreiro Titoi... Mas és mesmo!

(TÁ Quase! Tou quase a voltar a Renegar!)

segunda-feira, abril 03, 2006 2:39:00 da tarde  
Blogger sou só Pedro Acha que...

Descobri hoje o teu blog... e que grande post tu aí tens!

Estou de acordo contigo. A primeiro namorada "a sério" marca-nos sempre muito!

Olha... Vou passando por cá!

quinta-feira, abril 06, 2006 5:59:00 da tarde  

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