quinta-feira, junho 22, 2006

Saber escutar é uma virtude...

Eu tenho por hábito não me limitar a ouvir música, mas sim escutar a música. Não sei se me estão a compreender? Bom, eu explico melhor. Para mim não basta ter uma boa sonoridade, tem que ter também uma boa letra, tem que ter uma mensagem, um significado. Muito por causa disso é que gosto de Sepultura, porque se se derem um dia ao trabalho de compreender o que diz a letra (eu sei que por vezes não é fácil), mas quando dá para perceber, é capaz de ser uma letra carregada de mais sentimento e verdade que a maioria das músicas que estão no topo. Também o meu estado de espírito se enquadra mais num certo estilo de música ou num músico em banda em particular por a forma como me sinto se identificar muito com as explicitas nas letras.Por exemplo, aqui à coisa de uns 6 anos e tal passava os dias a ouvir Silence 4, em particular o "silence becomes it". Tive oportunidade de conhecer o David Fonseca, e a Sofia, e apesar de ser uma coisa muito rápida deu para perceber que aquelas letras tinham algo que me era muito familiar. O David escreveu practicamente todas as letras num periodo menos bom da sua vida, quando estava a recuperar de uma desilusão amorosa, e como eu estava na mesma... era silence 4 a toda a hora, identificava-me a mim e aos meus sentimentos nas letras...

Bom, mas tudo isto para quê? Eu cada vez mais me convenço que há muita rapariga triste e desanimada. Encontro blogs com desabafos, tristezas, medos, enfim, muita pessoa triste e com um pouco da sua autoestima em baixo.E por regra são raparigas. Raparigas que conseguem ser tão cativantes, meigas, gentis nas suas palavras que me deixam numa tremenda dificuldade de acreditar que possam ter assim tanto azar com as escolhas. Bom, isso talvez porque no mundo lá fora procuram-se primeiro os valores que menos importância têm depois. Bom, mas isto já é com cada um...

Deixo-vos uma letra de uma música que adoro, que m deixa feliz, triste, enfim, que mexe comigo e que diz tanta coisa importante para quem quer ouvir...

Hoobastank - If I Were You

You seem to find the dark, when everything is bright
You look for all that's wrong, instead of all that's right
Does it feel good to you? To rain on my parade
You never say a word, unless it's to complain...
It's driving me insane

If I Were You, holding the world right in my hands.
The first thing I'd do, is thank the stars for all that I am...
If I Were You

Look what's around you now, more than you ever dreamed
Have you forgotten just how hard it used to be?
So what's it going to take? For you to realize
That it all could go away, in one blink of an eye...
It happens all the time

If I Were You, holding the world right in my hands.
The first thing I'd do, is thank the stars above, tell the ones I love...
That I do

Yea If I Were You,
Whoa, yea If I Were You
If I Were You, whoaaaa
Yea If I Were You

So what's it going to take? For you to realize
It all could go away, in one blink of an eye... it happens all the time!

If I Were You, holding the world right in my hands.
The first thing I'd do, is thank the stars above, for the ones I love...
Take a breath and enjoy the view
Live the life that I wanted to
If I Were You... If I Were You... If I Were You!


Conseguem chegar lá?

quinta-feira, junho 15, 2006

Marcas que o tempo não apaga



Apresento-vos a minha mais recente marca, um Querubím com um marcador de paintball nas mãos, para os conhecedores da matéria, uma X-Mag. É, tenho esta pancada, a de estar durante horas sentado numa cadeira enquanto um gajo que por tendência eu não conheço, me perfura a derme com uma agulha.

Porquê este desenho? Simples, porque gosto, porque fui eu que o desenhei (no papel), porque tenho um marcador igual ao do desenho, e não, não me considero um querubím.

Aqui à coisa de 5 anos atrás, no número 47 da rua Zitná, melhor dizendo, num beco, na maravilhosa cidade de Praga, na República Checa, encontrei um estúdio de tatuagens um pouco refundido da vista de quem passava na rua principal. Entrei e passado 5 minutos estava sentado numa cadeira, de costas voltadas a um tal de Tom, um checo bastante simpático e cheio de tatuagens. Ao perceber que esa seria a minha primeira tatuagem, ele fez-me um aviso, "atenção que isto das tatuagens pode tornar-se num vicio, a maior parte das pessoas não se fica por fazer apenas uma.". Eu disse-lhe que não havia problema, e passado 3 horas saia dali com um escorpião na minha omoplata esquerda.

Daí para cá passei a dar mais atenção às tatuagens, percebi que era bem mais que um desenho no corpo, e que a ideia e o facto de se marginalizar as pessoas que têm tatuagens é perfeitamente ridicula, mas também muito graças ao facto de que na década de 80 quem tinha tatuagens ou tinha estado no Ultramar ou então tinha estado preso, logo tudo o que não dissesse "Amor de mãe", "Angola, estive lá" ou uma âncora e uns canhões que mais parecia que tinham sido feitos pelo próprio dono do braço (e muitas eram mesmo), era logo conotado de marginal. Actualmente já não é bem assim, ter uma tatuagem já não é nada de mais, se não for claro nada de exagerado.

Eu pessoalmente com esta que vos apresento já conto com 3, e muito sinceramente não sei mesmo se ficarei por aqui. É pá... gosto... há quem diga que fica feio, que não tem jeito nenhum, mas eu gosto, mas também vos digo, não estou a falar das tatuagens da moda, do tribal na perna, da tribal ao fundo das costas (nas meninas com calças de cós descaido...), enfim, estão a perceber a ideia, nada de modas. Também sou sincero, aquelas tatuagens de caveiras e coisas do género, também não são da minha predilecção, mas ainda assim são bem melhores que as tatuagens da moda.

Já que uma tatuagem é algo com que vamos ficar para a vida (podemos retirar via laser, mas é bem mais caro e bem mais doloroso), considero que tenha que ser algo especial. Tudo bem que a primeira foi como eu acho que não deve ser, entrar num estúdio, abrir um catálogo e escolher uma, mas as outras duas que eu fiz já foram desenhadas por mim, são exclusivas e únicas. Vários amigos meus fizeram também tatuagens desenhadas por mim, e tenho um gosto tremendo em lhes fazer os desenhos, porque sei que estou a ajudá-los a ter algo único. Há um amigo meu que tem duas tatuagens, ambas desenhadas por mim. Já desenhei de tudo, desde tribais, flores, dragões, simbolos, animais, enfim, montes de desenhos, e faço-os com um enorme gozo.

Enfim, são gostos, e eu tenho um gozo tremendo em ver tatuagens , e por vezes quando se percebe que alguém tem uma tatuagem, porque se vê parcialmente, ou num braço de um gajo qualquer, ou nas costas de uma rapariga, que quando se baixa mostra uma pontinha de uma tribal, a minha vontade era mesmo de pedir se posso ver a tatuagem, porque gosto mesmo desta arte.

Resta-me apenas dizer que que esta minha última foi feita pelo Castor, um Romeno super porreiro que tem um estúdio ali para o Barreiro, mais conhecido pelo Queen of Hearts.

E agora uma pergunta que quem nunca fez uma tatuagem se está a perguntar. Mas não doi? Se disser que não estou a mentir, mas também vos digo que é uma dor perfeitamente suportável. O pior é mesmo ao fim de 2 horas de massacre da vossa pele, ela fica muito sensivel, e por isso a dor é gradual, mas nada que não seja suportável pelo prazer de poder ostentar um desenho que realmente se goste, e só para que se conste, não faço as tatuagens para os outros verem, mas sim faço-as para mim, senão não as fazia onde com uma simples t'shirt as possa ocultar.

Beijos e abraços tatuados.